Para quem gosta de conhecer locais históricos, a Alemanha é um acervo infinito de museus, construções e espaços que registram e preservam memórias da Segunda Guerra Mundial. Por isso, aos viajantes que têm fôlego para viver uma experiência fora da zona de conforto, visitar o campo de concentração é extremamente marcante. Sachsenhausen, localizado em Oranienburg, próximo a Berlim, é uma indicação a quem tiver curiosidade.

Localizado a cerca de 40 km da capital alemã, Sachsenhausen funcionou entre os anos de 1936 e 1945 e teve cerca de 200 mil prisioneiros do regime nazista. Inicialmente, o lugar foi uma prisão de opositores políticos e, posteriormente, recebeu pessoas de grupos considerados inferiores.
Hoje, o campo de concentração é preservado como memorial, com entrada gratuita para visitação. Aos interessados, é possível explorar as instalações sozinho, com um áudio guia ou um funcionário, caso você faça um agendamento.
A melhor forma de ir de Berlim para Oranienburg, como viajante, é de trem. O trajeto dura cerca de 40 minutos e é bem prático. Além disso, ao desembarcar na estação de mesmo nome da cidade, existe um ônibus que leva os turistas até a entrada do local.
Meu roteiro ao visitar o campo de concentração de Sachsenhausen
Ao chegar para visitar o campo de concentração Sachsenhausen você encontra um museu com diversos itens, tanto de militares alemães que trabalhavam no local quanto de prisioneiros que, em maioria, confiscados em suas chegadas.
Apesar de todo o espaço de Sachsenhausen ser aberto para você conhecer na ordem que quiser, recomendo que o museu seja o início da visita. Isso porque o passeio fica mais tenso conforme você se aproxima das antigas instalações e acho mais interessante começar o roteiro observando objetos antes de encarar os ambientes.
Depois da visita pelo museu, há um caminho de terra pela lateral dele onde há vários murais com fotos e dados estatísticos sobre o campo de concentração e o período em que a Alemanha esteve sob o domínio nazista.
Após uma caminhada de alguns metros, os visitantes chegam às antigas instalações, encontrando o portão e as grades que eram a entrada principal do lugar.

O lugar tem um formato quase circular, então cabe a cada visitante decidir sobre começar a caminhada pela esquerda ou direita. Eu, particularmente, iniciei pela direita, optando por visitar primeiro os espaços reservados aos prisioneiros. Por fim, deixei para finalizar o passeio pelas instalações dos militares e locais que deixariam a visita mais inquietante.
A primeira parada é o Barracão 38, um dos antigos alojamentos. A maioria das construções foram derrubadas e hoje poucas delas ainda estão de pé. Entretanto, as marcações no chão ainda permanecem para situar o visitante sobre como era a distribuição dos prédios em madeira e parte do Barracão 38 ainda pode ser visitado.

Em seguida, há uma área murada onde ficavam as celas, semelhante a solitárias, e o paredão de fuzilamento. A grande maioria dos espaços de confinamento possui fotos e pertences de alguns dos prisioneiros que estiveram no local.
Em sequência, há um enfileiramento de construções ao redor do campo de concentração. Nelas, ficavam as acomodações de soldados alemães e instalações que funcionam cotidianamente, como refeitório e uma pequena unidade de saúde para atendimento médico.
Uma experiência incômoda de reflexão ao visitar o campo de concentração, é comparar os dormitórios de prisioneiros e militares. De um lado do campo, milhares dormiam empilhados em beliches apertados, desconfortáveis e usavam banheiros precários. Do outro, haviam suítes privadas e extremamente elegantes para os nazistas, a poucos metros de distância.

Ainda é possível visitar nas instalações militares onde funcionavam escritórios, salas de reunião e espaços usados por eles.
Além do museu na entrada, há também construções dentro do campo de concentração com a história de alguns prisioneiros.
Lá, existem pequenas biografias, objetos pessoais, fotos e uniformes que contam sobre algumas pessoas que estiveram em Sachsenhausen. Nesses espaços, usados hoje como memorial, ficavam os ambientes compartilhados pelos prisioneiros no dia a dia.
Talvez uma das piores partes de visitar o campo de concentração, e me refiro ao momento mais angustiante de passeio, é o subsolo de uma das últimas construções. Depois de descer por uma escadaria escura e estreita, há algumas salas e espaços utilizados no passado como câmaras de gás.

Sachsenhausen não era um campo de extermínio, como Auschwitz. Contudo, em algumas situações, os militares responsáveis pelo local dizimavam grupos nesses ambientes.
Vale a pena visitar o campo de concentração?
É impossível visitar o campo de concentração e não imaginar quantas pessoas sofreram enquanto estiveram lá. O clima da visitação é sempre tenso e pesado, mas é enriquecedor quanto ao conhecimento sobre a história mundial.
Visitar um campo de concentração dá uma certa aflição. Entretanto, serão horas que você reservará para conhecer uma realidade muito dura de perto e que vai te proporcionar uma consciência acerca da humanidade para o resto da vida.
E você, visitaria um desses lugares?



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