Fala, viajantes! Tudo bem com vocês? O projeto Brasil 60 esteve recentemente em Goiânia, capital de Goiás. Eu contei tudo do destino aqui no blog para vocês! Quem não viu ainda, segue o link da matéria:
GOIÂNIA: CONHEÇA A HISTÓRIA E O QUE FAZER NO DESTINO
Pois bem, viajante. Além de ser um lugar lindo e incrível, Goiânia tem uma história bem interessante. Uma parte dessa história será o foco desta matéria. Vocês sabiam que o destino já teve o maior acidente radioativo do Brasil?
Isso mesmo! Há 33 anos, Goiânia registrou um terrível acidente por radiação de Césio-137, que só perdeu em intensidade e gravidade para o acidente de Chernobyl, na Ucrânia, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Aliás, este acidente foi considerado o maior do mundo fora de uma usina. Que história incrível e terrível, viajantes! Vou contar tudo para vocês!
Aproveita e já dá um confere no vídeo que eu fiz sobre este assunto:

Como tudo começou

Em 13 de setembro de 1987, um grupo de catadores de lixo estava trabalhando em uma antiga clínica de radioterapia, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia. Dentro de um aparelho de radioterapia abandonado, eles encontraram uma pequena e pesada cápsula de Césio-137. Mas, com a violação do equipamento, vários fragmentos radioativos foram espalhados no ambiente na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação.
Pensando em se tratar de algo de valor, os catadores carregaram a peça até um ferro velho e a venderam. O dono do ferro velho, o senhor Devanir, ficou encantado com o brilho azulado que a peça emitia no escuro e resolveu levar o Césio-137 para a sua casa e deixar em uma prateleira como objeto de decoração. Além disso, distribui fragmentos do material a parentes e amigos. No entanto, até aquele momento, ninguém sabia é que estes pequenos fragmentos causariam o maior acidente radiativo do Brasil.
Depois de três dias de exposição à radiação, o senhor Devanir, sua esposa e sogra foram hospitalizados porque estavam se sentindo muito mal, mas, não sabiam o porquê. Foi somente quando chegaram ao hospital é que descobriram o real motivo de tanto mal-estar. Eles tinham sofrido radiação por Césio-137.

Contenção

Após a descoberta, várias medidas começaram a ser implantadas para a contenção da radiação. Segundo documento da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, que conta a história do acidente, as primeiras providências foram identificar, monitorar, descontaminar e tratar a população envolvida. As áreas consideradas de contaminação foram isoladas e uma triagem de pessoas começou a ser feita no Estádio Olímpico.
A antiga Vigilância Sanitária da cidade se tornou o Centro de Assistência aos Radioacidentados e passou a atender as vítimas. Hoje, o local é sede do C.A.R.A. : Museu do Centro de Assistência aos Radioacidentados Leide Neves.
Atualmente, a pequena cápsula de Césio-137 e outras 6 toneladas de rejeitos estão armazenadas em dois depósitos permanentes, na cidade de Abadia de Goiás, a 23 km de Goiânia, onde devem ficar por pelo menos 300 anos. No local fica o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste, que executa a monitoração dos rejeitos radioativos e controle ambiental. Tudo isso para conter a radiação e evitar que ela se espalhe e provoque novos acidentes.
Hoje, depois de mais de 30 anos, a contaminação por radiação no local é mil vezes menor que na época do acidente. Mas, para o risco desaparecer por completo, é preciso pelo menos 300 anos.

Consequências

Na época, o acidente teve como consequência a morte de 4 pessoas: Leide das Neves Ferreira de apenas 6 anos, sua tia Maria Gabriela Ferreira, e mais dois funcionários do ferro velho, Israel Batista do Santos e Edmilson Alves de Sousa. Além disso, centenas de pessoas foram contaminadas e outras tantas passaram a ser monitoradas.
No total, foram monitoradas 112.800 pessoas, das quais 249 apresentaram significativa contaminação interna e/ou externa. Deste grupo, 120 foram liberadas após a descontaminação e os outros 129, que constituíam o grupo com contaminação interna e/ou externa, passaram a receber acompanhamento médico regular.
Ainda hoje, estima-se que mais de mil pessoas ainda sofram com a radiação. Entre os seus efeitos estão: queimaduras, náuseas, mutações genéticas e danos celulares irreversíveis.
O acidente impactou toda a cidade e mudou a vida de muita gente. Apesar de ser um capítulo triste na nossa história, ele precisa ser lembrado para que não volte a acontecer. Nunca mais!
Goiânia - Césio 137
Goiânia - Césio 137
Goiânia - Césio 137

Césio-137

Este elemento é altamente perigoso, mas suas propriedades são extremamente importantes e muito utilizadas na medicina para o tratamento contra o câncer. Nestes casos, o Césio-137 é colocado dentro de uma máquina revestida de chumbo e o paciente recebe uma pequena quantidade da radiação no tratamento. É tudo muito controlado e, em pequenas doses, ajuda no tratamento do câncer.
O mesmo elemento que pode ser fatal, ajuda a salvar vidas. Parece uma incoerência, mas é verdade. O importante lembrar que esse tipo de manipulação de elementos radioativos só deve ser feito por profissionais e técnicos da área.

Viajante, sei que foi meio pesado esta história. Mas, como eu falei, ela não pode ser esquecida. Faz parte da história de Goiânia, de sua população e do Brasil. Ela precisa ser preservada para que nada parecido aconteça novamente. Se cuidem!

Lembrando que o Brasil 60 é o meu novo projeto, onde eu vou visitar 60 destinos brasileiros e registrar tudo em vídeo e em posts aqui no blog para vocês acompanharem tudinho. E você pode ver todos os destinos que eu já visitei no meu YouTube.

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