Fala viajantes, conversaremos hoje sobre um tema que causa arrepio em muita gente. E de maneira desnecessária, asseguro!
Arremetidas! De antemão, adianto que é um procedimento extremamente seguro. E, acontecem com muito mais frequência nos aeroportos mundo afora do que imaginamos. Podem apostar!
TECNICAMENTE E OBJETIVAMENTE: O QUE SÃO ARREMETIDAS
Falando numa linguagem simplificada, a arremetida é o procedimento onde o comandante da aeronave retoma o voo devido a eventual falha no procedimento de pouso ou quando não houver referência visual da pista. Inclusive se pousando por instrumentos, a arremetida ocorre, geralmente, em aproximação final e algumas vezes já após a aeronave ter tocado o solo.
Do ponto de vista objetivo, a arremetida é o procedimento de retomada de voo, uma vez que algum empecilho venha a impedir o pouso com segurança. Seja um objeto não identificado na pista, uma rajada de vento cruzado e alguns inúmeros outros fatores.
Vale sempre lembrar que uma arremetida é considerada uma operação normal e serve para preservar a segurança do seu voo.
Em tempo: cerca de 1% das aproximações finais de voos terminam em uma arremetida. Vocês sabiam?
ARREMETIDAS: NÃO HÁ PROBLEMAS COM A AERONAVE. AO CONTRÁRIO.
Há, por parte de uma grande parcela dos passageiros, uma ideia de que uma arremetida se deve a algum problema técnico com o avião ou porque algo grave está acontecendo, mas isto não é verdade.
O PORQUE DAS ARREMETIDAS
Pois bem, vamos começar… do começo!
O Pouso de uma aeronave deve acontecer seguindo uma série de critérios. Esses critérios são definidos em manuais e cartas de voo, bem como orientações da torre de controle, cálculos de tráfego aéreo e etc.
Caso alguma adversidade atropele o caminho previsto, por razões de segurança, o procedimento de aterrisagem é imediatamente suspenso e o comandante arremete.
Em seguida, inicia-se, em segurança, um novo procedimento de pouso.
As principais razões para arremetidas costumam ser meteorológicas. Como por exemplo:
- Perda de visibilidade dentro do que é chamado de altitude de decisão;
- Ventos cruzados (também conhecidos como tesouras de vento);
- Objetos que adentram a pista e etc.
No que tange razões meteorológicas, geralmente são chuvas intensas, nevoeiros ou qualquer outro fator que fique abaixo do teto ideal de visibilidade (que é muito próximo ao solo).
Já os famosos ventos cruzados, ou tesouras de vento, podem fazer com que o comandante precise realizar manobras bruscas para para colocar o avião no chão. Para evitar este problema, que costuma aparecer em cima da hora, no entanto facilmente identificado, o piloto, por segurança, procede com a arremetida.
Uma curiosidade: o ideal é que pousos aconteçam contra o vento. Assim, há um encurtamento até a parada da aeronave. Reparem que as pistas têm, naturalmente, duas cabeceiras. O que determina a escolha de qual cabeceira usar para pouso (ou decolagem), é a direção do vento.
No aeroporto da sua cidade, você pode observar a direção do vento apenas observado a biruta do aeroporto. Se não é familiarizado com o termo, confira a imagem abaixo. Entretanto, tenho certeza que você apenas não está ligando o nome a pessoa 😉
PONTOS BEM FORA DA CURVA
Evidente, há casos um pouco mais graves de arremetidas, como uma falha de controle aéreo, que poderia levar a colisão entre aeronaves.
Entretanto, desconheço algum acidente causado neste sentido. Caso eu esteja equivocado, por favor me corrijam na caixinha de comentários.
Confira a imagem abaixo de uma arremetida de um Airbus A330. Caso não arremetesse, se chocaria com um Airbus A340 da Aerolineas Argentinas. O caso aconteceu no aeroporto de Madrid-Brajas. Vejam:
Este tipo de situação é virtualmente impossível de acontecer. Fique tranquilo. E, se acontecer, o comandante certamente arremeterá. Não tenha dúvidas.
Reitero: apesar da imagem ser um pouco digamos… assustadora, a probabilidade de um acidamente como este é virtualmente nula… Portanto, pode ficar – e voar – tranquilo!
COMO ACONTECEM AS ARREMETIDAS
O processo de arremetida é bem simples. Ao notar a necessidade de realizar uma arremetida o piloto segue os seguintes protocolos:
- Abandona os procedimentos de aproximação e volta a ganhar altitude com o avião, empurrando para frente os manetes de empuxo (aceleradores dos aviões). Desculpem-me pilotos e especialistas em aviação pela simplificação.
- Assim, aumenta-se a potência dos motores e o comandante levanta o nariz do avião para ganhar altitude.
- A partir disto, o piloto recolhe o trem de pouso e realiza outros protocolos como posicionamento dos flaps e etc.
Confiram abaixo uma imagem ilustrativa:
Em seguida, inicia-se uma nova aproximação.
CONSIDERAÇÕES
Bem, não me levem a mal, mas somente no Brasil arremetidas viram notícias de TV. Conforme vastamente pontuado acima, bem como pelos principais órgãos de regulação aérea do mundo, o procedimento de arremetida é perfeitamente seguro.
É bastante natural que passageiros não frequentes ou sem conhecimento básico da aviação (o que é perfeitamente compreensível) se assustem ao passar por uma situação de arremetida.
Entretanto, não há motivos para preocupação, visto que é um procedimento perfeitamente seguro. Costumo dizer que inseguro (e muito) seria se o piloto não arremetesse numa situação em que a arremetida fosse necessário… Pensem nisso!
Comigo já aconteceu algumas vezes. Que me vem a mente, quatro vezes.
- Um Boing 777-300ER da Air Canada pousando em Toronto, proveniente de São Paulo-Guaruhos.
- Um Boing 747-400 da Lufthansa em Frankfurt, proveniente de Toronto.
- Um ATR-700 pousando em Maceió proveniente de Recife (um cachorro adentrou a pista).
- E, finalmente, a situação mais emblemática de todas, onde arremetemos três vezes a bordo de uma aeronave que desconheço o modelo, da TAG (Transportes Aéreos Guatemaltecos), com capacidade para não mais que 15 ou 20 passageiros, em Flores, na Guatemala, onde o pouso é completamente visual. Após circularmos sobre o aeroporto por mais de uma hora, esperando o tempo abrir, o piloto somente conseguiu alinhar a aeronave com a cabeceira da pista na quarta tentativa. Caso não conseguisse daquela vez teríamos que dar meia volta e seguirmos de volta para a Cidade da Guatemala.
Ah! Vale destacar que todo piloto, sobretudo os de linha aérea, ao certificar-se, passam por inúmeros treinamentos de arremetida.
FINALIZANDO
Pois bem, e você já passou por alguma arremetida? Deu frio na barriga? Já sabia como funcionava este procedimento? Se sim, conta pra gente! Basta pôr na caixinha de comentários!
Igualmente, se ficou alguma dúvida, joga sua pergunta lá. Teremos o maior prazer em respondê-lo. E nada de acanhamento, hein? Lembrando que seu feedback é sempre muito importante pra nós!
Pois bem, e agora, para não perder o hábito dos posts que expresso minha opinião particular, vamos deixar uma coisa bem clara: estas são opiniões estritamente minhas. Não reflete a opinião do Estevam, de nenhum outro colunista do portal EPM ou tampouco do Estevam Pelo Mundo como fonte de informação e pesquisa sobre viagens, companhias aéreas, hotéis e demais assuntos da mesma natureza. Vamos deixar isso bem claro.
QUEM SOU EU?
Lucas Cabral, 31 anos, editor-chefe aqui do EPM para programas de fidelidade, cartões de crédito, pontos, milhas aéreas e afins. Estou aqui precisamente desde meados de maio. Se quer me conhecer melhor, saber quem eu sou e saber como eu vim parar aqui basta dar uma sacada no meu primeiro post, quando fui oficialmente lançado aqui no Estevam Pelo Mundo. Para isso basta clicar aqui. Igualmente, se gostou de mim ou quer ir conferindo algumas das minhas fotos de viagem e de algumas exaltações proporcionadas por milhas e pontos basta dar um follow lá no Instagram. Meu nome na rede é @lucasmcv 😉
Por fim, um grande abraço e até o próximo post!
Lucas Cabral
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