Na virada de ano de 2010/2011, passei voando o Atlântico deitado confortavelmente na primeira classe da Iberia. (Me pergunte como fiz isso sem pagar mais, aqui).
Cheguei em Madrid as 7 da manhã do primeiro dia do ano. A cidade que dizem, nunca dorme, ainda estava em festa. No metrô, centenas de jovens destoavam seus cantos, seus auguros e gritos de feliz año nuevo.
No centro, paisagens, e praças centenárias era o plano de fundo daquela grande fiesta. No meio daquela farra, na Plaza de España, sancho pancha andava tranquilamente em seu burrico desviando de garrafas de destilado e tinha uma expressão em que se lia:
“Esse bando de loucos, mais uma vez…”.

Fiquei observando outras estátuas mais senis daquela cidade. Testemunhas de séculos após séculos. O que será que já presenciaram? Guerras, assassinatos, condenados da inquisição…O que será que aprenderíamos com elas? O que teriam a nos dizer? É, viajar faz o pensamento ir longe, as vezes longe até demais…
Mas uma daquelas figuras, uma velhinha, num canto de uma outra praça, cagada por pombo me disse o seguinte:
“O grande problema do mundo, é que um ano, é tempo demais.”
Tempo demais? Como assim? Perguntei.
“É, são muitos dias filho. Vocês esperam 365 dias para no final de um dia fazerem o que tantos sábios como Jesus, Gandhi, Budha aconselham: Amar.
Vocês abraçam os amigos, os inimigos… Somente nesse dia vocês parecem compreender que o outro é exatamente o que você seria, se você estivesse em seu lugar. Vocês parecem se perdoarem, desejam uns aos outros coisas lindas. Vocês refletem sobre o ano que passou, pensam em como poderiam ser diferente, se comprometem a ter uma nova atitude, se comprometem a evoluir.”
Dizia a estátua com um olhar vago.
“Parece que finalmente vocês se tornam humildes, se tocam e entendem que estão nesse mundo para aprenderem um pouquinho que seja por dia. Eu nunca tive a sorte que vocês têm de passar para o lado de lá, mas durante todos esses anos, eu vejo diariamente pessoas deixando suas casas, carros, roupas pra trás.
Mas uma coisa é certa, não sei pra onde, mas o conhecimento, as lições e experiências que elas adquiriram nessa vida, sempre levam junto!”
Pensei um pouco e quando eu entendi o que ela me dizia, fiquei sem palavras, assim estático, como uma estátua. E lá vinha uma pomba na minha direção, dei uma mexida e ufa!, evitei uma cagada. Me despedi da senhora estátua e corri pra estação de onde eu embarcaria para o interior da Espanha.
Essa reflexão, no início da minha vagamundagem, mexeu tanto comigo que desde então decidi acumular experiências ao invés de todas as coisas que a sociedade nos sugere. Essa é uma das razões por eu seguir fazendo isso que amo tanto: Viajar! Que 2016 possa trazer muitas viagens para todos nós!
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