Aprendi Viajando

Tem muitas coisas que você só vai notar se estiver sozinho e outras, se estiver acompanhado.
Acho que por isso sempre encontro uma desculpa para viajar.

Eu tinha 16 anos quando coloquei minha primeira mochila nas costas e me aventurei pelo mundão.  5 mochilões até hoje e – acredite – estou longe de estar satisfeito. Peraí, não estou reclamando não, aliás, muito pelo contrário, estou expressando a minha eterna gratidão daquilo que as vezes em 30 dias de viagem, jamais aprenderia em 30 anos. Por isso, resolvi tirar uma tarde dos meus 23 anos pra tentar convencer- você – que todo dia é dia para  fazer um mochilão.

 Nunca é tarde pra viajar, tampouco cedo demais. O “algum dia” nunca vai existir. Se você quer conhecer o mundo e entender o diferente, faça-o agora. Talvez largue tudo, talvez não. Talvez suma por um ano, talvez um semana, mas SUMA!

 As companhias farão sua viagem memorável,  pode ser boa ou ruim, – por isso, saiba escolher. Lembre-se também, meu caro, que você nunca vai conseguir voltar ao mesmo lugar. Afinal, não é o lugar, mas as pessoas que estavam lá, naquele momento, é que fizeram aquilo algo tão especial pra você.

Você nunca aprende demais, mas as vezes se doa de menos. Por isso, saiba ouvir (mesmo sem falar a língua local). Senti na pele que quando se quer conversar, se fazer entender, o idioma é o de menos.

   Uma garrafa pode ser aberta de mil maneiras e tem outras 10000, ainda, para serem descobertas. Basta juntar alguns estrangeiros e apetrechos incomuns como escova de dentes, faca, colher e até esqueiro.

 Compreender o modo diferente das pessoas pensarem e não se espantar tanto. A melhor lição de uma viagem é entender que não existe o certo ou o errado, apenas o meu e o seu.

No fundo, todos somos iguais. Quer saber o que eu acho? Se você é chinês, islandês ou bazuca, você é tão igual a mim quanto qualquer outro brasileiro. Todos somos pessoas que buscamos e compartilhamos as mesmas coisas.  A única diferença é a maneira como expressamos isso.

 Quando você sai pra viajar você nunca volta. Não importa se foram dias ou anos, mas você nunca é o mesmo após um mochilão.

O turista sempre descobre coisas que um local jamais havia notado. Impressionante como ninguém conhece os pontos turísticos do próprio país, só dos outros.

Correr descalço na estação central com o sapato na mão para não perder o trem, ter a bagagem extraviada ou ainda escutar do médico seu diagnóstico em búlgaro nunca é ruim o suficiente a ponto de não fazer sua viagem valer a pena.

Acho que quando viajamos trocamos jeans por passagens, tênis por museus, e uma mochila cheia de produtos por uma vida cheia de amigos. A gente troca ideias, troca sorrisos , troca descobertas troca a rotina pela possibilidade. Troca o preconceito por sorrisos e troca a roupa da alma. Acho que no fundo o mochilão é troca. Mas um bom  mochilão a gente não troca!

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